sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Ministério da cultura pode passar a financiar jogos nacionais


Você já deve ter ouvido falar da Lei de Incentivo à Cultura (também conhecida como Lei Rouanet), que institui políticas públicas de financiamento a produções culturais como filmes, peças teatrais, shows musicais e até jogos digitais -- como foi o caso de Toren, game da produtora gaúcha Swordtales e primeiro jogo nacional a captar recursos da lei. Agora, a Secretaria do Audiovisual (SAV), do Ministério da Cultura, prepara uma linha de financiamento de jogos eletrônicos nacionais por meio do Fundo Setorial do Audiovisual.
A ideia do novo edital é estimular a produção de jogos por empresas nacionais e que tratem de temas relacionados à cultura nacional, conforme explicado pelo secretário Pola Ribeiro e o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel.
"É uma ação em construção. Parte da premissa de que há um importante mercado de jogos eletrônicos no Brasil, que é um grande usuário de jogos, um grande consumidor disso. Temos aqui poucos jogos brasileiros desenvolvidos com a cultura brasileira no interior deles", disse Rangel.
Toren foi o primeiro game do país a captar recursos pela Lei Rouanet, criada pelo Ministério da Cultura para incentivo à produção cultural brasileira.
O edital tem como foco empresas brasileiras e exigirá que os jogos desenvolvidos tenham temas da cultura nacional. No entanto, segundo o presidente da Ancine, um dos objetivos será buscar parcerias com publishers estrangeiras. "Nessa indústria, os publishers são internacionais. Os buscaremos para ser parceiros", afirmou.
A elaboração dessa linha de financiamento é tema de discussão entre a Ancine, a SAV, a Empresa de Comunicação e Audiovisual de São Paulo (SPCine) e alguns produtores de jogos.

Segundo Pola Ribeiro, a meta é iniciar a linha de crédito já no ano que vem, com investimentos variando entre R$ 8 e R$ 10 milhões. Nas metas da Ancine para o segundo ano do Programa Brasil de Todas as Telas, que auxilia no desenvolvimento de novos projetos e obras audiovisuais, já constam a produção de 20 jogos eletrônicos.
"Não é uma supercontribuição, porque é um mercado pujante, mas estamos entrando pontualmente, dando força, potência a coisas que são menos valorizadas de alguma forma", disse Ribeiro. Ele declarou ainda que a ideia é valorizar jogos colaborativos que estimulem diversas gerações. "Queremos criar uma estratégia que não seja artesanal, que tenha potencial econômico, mas que tenha lógicas novas no mercado."

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